Reforma Protestante resumo

A Igreja Católica Apostólica Romana, vulgo Igreja Católica, ainda é uma instituição religiosa de grande peso, sobretudo em nosso país, onde a maioria das pessoas religiosas declaram-se como pertencentes a essa denominação cristã. Com mais de 1 milênio de existência, o catolicismo mudou muito desde suas origens no império romano.

Talvez o maior golpe contra o expansionismo caótico tenha sido o marco histórico chamado de Reforma Protestante. Graças a esse fato, não só houve uma separação ideológica da igreja católica, mas também política e privada. As novas denominações religiosas, frutos da reforma fundaram um mundo novo e grande parte coexistem até os dias atuais.

Os precedentes da Reforma

Você pode se perguntar: Se a igreja Católica tinha hegemonia religiosa há tantos anos, como e porque isso pode acontecer? A igreja católica de instaurou mediante a diversos processos históricos no império Romano alguns anos após a morte de Jesus Cristo. Com a ampla aceitação da população romana, logo a igreja detinha imensos poderes sobre o império.

Mesmo com a queda de Roma, a igreja católica manteve-se firme no império Franco, sucessor do romano. Os monarcas desse grande império se converteram ao cristianismo e após a queda desse, a igreja continuou bastante influente no período pelo qual chamamos de Idade Média. Seja nos feudos, seja nas cidades, era a igreja que regia as regras nos relacionamentos amorosos, no quotidiano da vida privada, no trato do corpo, no relacionamento com o divino e até mesmo as decisões políticas.

Estátua de Martinho Lutero na Alemanha
Estátua de Martinho Lutero na Alemanha ( Foto:Reprodução)

Esse imenso poder permitiu que grande parte da população europeia entende-se a religião como parte indissociável de suas vidas. Para nós, é um pouco difícil imaginar como isso acontecia, mas basta tentar mentalizar uma pessoa cujo todas as escolhas e ações passassem pelo crivo religioso, uma pessoa cuja a fé permeia todas esferas de interações sociais. Imagine um extremista, mas é claro, munido de particularidades.

Fato é que as pessoas se importavam com os assuntos religiosos. A partir do século XVI, uma onda de descontentamento acabou, essa já vinda de tempos mais antigos, chegou a municiar até mesmo os próprios padres e demais membros do clero. Devido aos abusos cometidos pelo clero, ao enriquecimento da igreja, a venda de indulgências (objetos de poder milagroso, segundo a igreja) e perdão, grande parte dos pensadores começou a se posicionar de forma contrária ao catolicismo.

A condenação da usura, ou seja, cobrança de juros, e até mesmo o acúmulo de capitais, afetava diretamente os negócios dos comerciantes (burgueses), classe em grande ascensão da Europa. Além disso, os próprios governos por vezes ficavam descontentes com as interferências políticas feitas pelo papa. Essa grande bola de neve acabou empurrando vários nomes para fogueira, mas também alguns para ascensão política. Entre eles, Martinho Lutero.

Os ventos de Lutero

A reforma protestante se iniciou na Alemanha (na época, Sacro Império Romano Germânico), onde um monge católico graduado no que seria equivalente ao título de doutor em teologia, Martinho Lutero (Martin Luther, em Alemão) tinha sérias opiniões contrárias as da igreja católica. Após concluir seus estudos em 1512, passou a ter autonomia sobre alguns monastérios e se dedicou a oposição mais aberta às ações catolicistas.

Em 1517, Martinho Lutero faz algumas compilações de ideias e fundamentações teóricas contra aspectos da igreja católica como a condenação do acúmulo de capital e a venda de indulgências, entre outras. Essas ideias fazem parte de suas 95 teses, documento que ele espalhou nas portas das igrejas e demais localidades de sua cidade. Rapidamente essas informações se espalharam.

Em 1520, a igreja o convoca para uma audiência onde ele teria a oportunidade de se redimir. Essa audiência ocorreu em 1521, situação em que o monge continuou contrário aos ideais católicos, sendo considerado herege e por esse motivo, excomungado da igreja. Com o apoio principalmente de grande parte da classe burguesa e alguns redutos da nobreza alemã, Lutero conseguiu proteção política.

Com o apoio dessas classes influentes, Lutero conseguiu escrever mais uma de suas teses, conhecida como a Confissão de Augsburgo, onde ele praticamente fundava uma nova concepção religiosa, baseada principalmente na salvação mediante a fé, entre outros aspectos. Mais tarde, essa denominação ficou conhecida como Luterana e marcou forte oposição ao catolicismo na Europa.

Desenvolvimento das doutrinas de Martinho Lutero

Martinho Lutero

Martinho Lutero foi o principal motivador da reforma protestante e participou ativamente da mesma desde que o movimento foi iniciado entre o catolicismo. A Reforma começou na Europa, por volta do século XVI. Os principais motivos para tal, foram as abusivas doutrinas da Igreja Católica e a visão bíblica de Martinho.

Tudo isso foi, especialmente, fruto de um pensamento renascentista que não deixou o teólogo em paz. Ele nasceu no ano de 1483 na Alemanha e esteve diretamente ativo na ordem agostiniana. Alguns anos à frente Martinho foi colocado como padre, contudo suas ideias eram revolucionárias demais para a época.

Foi então que o mesmo, membro da igreja, foi expulso da instituição devido as pregações cada vez mais fora do comum. A Igreja Católica vinha criando suas próprias teses e versões bíblicas desde a Idade Média, quando Martinho Lutero numa impetuosa maneira de interpretar os ensinamentos os desafiou grandemente com o protestantismo.

Doutrinas

A principal doutrina de Martinho era que todos nós só poderíamos ser salvos através da fé, a ideia foi totalmente repudiada pelo clero católico. Isso ocorreu, porque na época apenas o papa teria direito de considerar tais assuntos, ninguém ousava abordá-los e muito menos pregá-los, como Martinho fazia.

Desenho representativo de Martinho Lutero dando seus ensinamentos aos novos cristãos.
Martinho Lutero (Foto: Reprodução)

Ao contrário do que a Igreja esperava, as ideias e doutrinas do teólogo tomaram proporções absurdas e não caíram no esquecimento do povo. Sua doutrina foi levada adiante até o século XVI, quando foram repassadas livremente suas ideias e houvera a criação das primeiras igrejas luteranas.

Apesar de ter encontrado essa maneira, Lutero afirmava que desde o início não era intenção separar o povo em religiões. Contudo, suas 95 teses absorveram totalmente as pessoas, fazendo com que essas encontrassem mais sentido em sua forma de ver Deus, a bíblia e o mundo.

Ele também foi responsável pela tradução bíblica, já que essas eram encontradas somente em latim. Dessa forma, liberou o conhecimento ao povo, lembrando que esse só era dado ao papa e aos poderosos da Igreja. Com a grande quantidade de pessoas guardando e lendo o livro sagrado, logo o movimento se fortificou.

O número de protestantes cresceu incrivelmente em pouco tempo, nesse tempo Lutero necessitou de proteção por cerca de 25 anos. Essa era feita através de Sábio Frederico. Foi a partir daí que nasceram as comunidades evangélicas. Nesse tempo, teve certeza de que seus ensinamentos inevitavelmente ocasionariam a divisão do povo cristão.

Lutero se casou durante esse período com uma monja, seu nome era Katharina Von Bora e a cerimônia ocorreu no ano de 1525. Seus seis filhos aprenderam desde muito cedo o valor do protestantismo e se tornaram pregadores da verdade estabelecida pelo pai. Hoje, o teólogo é um dos principais nomes da religião protestante.

Reforma protestante resumo

Como todos sabemos, a Europa passou séculos sendo essencialmente católica apostólica romana, servindo os pretextos e conceitos da igreja, tendo ela como principal influência política e espiritual.

Essa influência religiosa acabou por ditar os rumos históricos de muitos países europeus por muito tempo. Após a Idade Média, logo no início da modernidade, um movimento iniciado na Alemanha mudaria de uma vez por todas a religiosidade e política de muitos países europeus.

A Reforma Protestante

Já há muito tempo, muitas pessoas na Europa se viam insatisfeitas com as ações da igreja. As práticas e proibições já faziam sentido para a espiritualidade do povo e para os negócios dos burgueses. A insatisfação vinha especialmente com a cobrança de indulgências feitas pela igreja, com o condenamento da usura e com os casos de abusos por membros do clero.

Martinho Lutero
Martinho Lutero

Antes mesmo do reformador articular suas ideias contra a igreja católica, vários pensadores já demonstravam antipatia com as ações da igreja católica, seja por meio de declarações públicas, seja por meio de publicações textuais. É importante  entender que esse processo de desencantamento com a igreja já vinha se acumulando e se solidificando há algum tempo.

A reforma partiu de um membro do Clero da Alemanha no século XVI chamado Martinho Lutero. Indignado com essas e muitas outras contraversões da Igreja Católica, Lutero inicia estudos bíblicos que possam comprovar os erros de sua instituição e com isso formula 95 teses que denunciavam os erros católicos.

Tudo ficaria explicito quando no dia 31 de outubro de 1517, Lutero cola as 95 teses na porta da igreja do castelo Wittenberg. Para evitar de ser condenado e morto pela igreja, Lutero se articulou com poderosos burgueses e membros da nobreza que apoiaram suas ideias. Outros reinos europeus também se mostraram interessados nas teses de Lutero e se posicionaram a favor de um novo ordenamento religioso.

Efeitos da Reforma

Matinho Lutero foi excomungado da igreja católica e por isso se viu compelido a iniciar uma nova igreja com o apoio que tinha. Essa igreja ficou conhecida como a igreja luterana e serviu como uma alternativa para quem queria se ver livre dos abusos católicos na Europa.

Essa separação de instituições religiosas acabou por contaminar grande parte da Europa. A partir desse primeiro movimento reformador, outros movimentos parecidos se iniciaram e também fundaram novas concepções religiosas como o calvinismo e o anglicanismo.

Todas essas novas religiões que se opunham a igreja católica ficaram conhecidas como Religiões Protestantes. Como reação a todo o espaço e poder perdido, a igreja católica elaborou uma Contra Reforma que visava sérias proibições de circulação das ideias protestantes, principalmente nos países ibéricos (Espanha e Portugal) e na Itália.