Guerra do Contestado resumo completo

A questão agrária no Brasil desde sempre foi um grande problema. No início da colonização do Brasil, o império português decidiu pelo sistema de Capitanias Hereditárias, visando dividir as imensas porções de terras a vários donos para que o território fosse colonizado em grandes extensões e também devidamente explorado.

Logo, esse sistema viria a falhar. Apenas 3 capitanias hereditárias progrediram satisfatoriamente e o sistema de colonização teve de ser revisto pelos portugueses. Desde essa época, a questão da terra seria um grande problema para população colonial, pois os pouquíssimos donos detinham imensas extensões territoriais, enquanto a grande maioria da população não tinha nada.

Com a proclamação da República brasileira, o país foi dividido em Estados Federais, nos quais a terra além de pertencer a um dono, estava subordinada também ao Estado. Nesse aspecto, era comum que diferentes estados brigassem por pedaços de terras que ambos considerassem ter como pertencimento histórico.

Guerra do Contestado

Os Estados Federais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul disputavam um pedaço de terra alegando o pertencimento nos dois lados. Essa batalha política pela terra dificultava a vida dos camponeses que trabalhavam na região e que tinham lotes de terra para produção, em grande parte, de subsistência.

Milícias rebeldes
Milícias rebeldes

O conflito da Guerra do Contestado ocorreu entre 1912 até 1916 e envolveu entidades políticas, religiosas, populares e militares. Apesar do descontentamento e das disputas políticas em relação a terra serem longínquas, outro motivo agravador viria a aumentar as tensões sociais na área.

O Governo da República do Brasil estava investindo em ferrovias para facilitar o escoamento dos produtos até os portos e pelo território. Nessas circunstâncias, uma empresa norte americana viria construir uma estrada de ferro que ligaria o Rio Grande do Sul a São Paulo.

Para a construção da Estrada, o Governo desapropriou grandes extensões territoriais camponesas, deixando muitas famílias sem suas terras e consequentemente, sem empregos. Articulações políticas permitiram que outras terras fossem desapropriadas para a instalação de outras empresas, fator que gerou grande descontentamento local pelos camponeses.

Além disso, após o término da linha férrea, os trabalhadores – muitos vindos das mais longínquas partes do país – ficariam sem seus empregos e não receberiam nenhum apoio governamental ou da empresa construtora para voltarem para suas terras ou estabelecer moradia no local. A insatisfação popular tanto dos trabalhadores, como dos camponeses, gerou um enorme alvoroço, onde entidades religiosas contribuíram ideologicamente nos movimentos contra a república.

O Conflito

O beato José Maria foi certamente a figura mais importante no início do movimento. Pregava a construção de um mundo melhor, mais justo e complacente, baseado nas leis e benignidades de Deus. Seus sermões e sua ideologia acabaram por se alastrar pelo povo já indignado e sem muitas escolhas na região. O beato passou a ser líder do movimento que ia de encontro as decisões da república.

Logo, o líder religioso é declarado inimigo da República brasileira e tropas militares e policiais são enviadas para conter a agitação revoltosa. Apesar de não disporem de muitos armamentos para combater as tropas republicanas, os camponeses e antigos trabalhadores conseguiram vencer algumas batalhas logo em 1912. Em uma ocasião, o líder José Maria falece, porém a resistência continua e outros líderes assumem para dar continuidade.

O último líder seria Adeodato Ramos, o qual foi capturado em 1916 pelas forças da república. Essa última captura teria enfraquecido o movimento ao ponte do mesmo se fragmentar, dando a vitória dessa batalha para a República.

Guerra do Contestado: Lideres e Resumo

Acontecida durante o período de 1912 a 1916, a Guerra do Contestado foi um conflito que envolveu interesses políticos, religiosos e levantes populares. Deu-se na Região Sul do país, em terras entre os Estados do Paraná e Santa Catarina por onde estava sendo construída a estrada de ferro de São Paulo ao Rio Grande do Sul.

Mesmo antes da vinda da estrada de ferro construída por uma empresa norte americana, as disputas de terras entre os Estados de Paraná e Santa Catariana já conturbavam a vida dos camponeses e trabalhadores rurais que viviam nas redondezas. Esse motivo somado a outros futuros desencadeará o famoso conflito.

O Início

Com a cinda da estrada de ferro, muitas propriedades foram desapropriadas pelo Governo do Brasil, o que fez com que família de trabalhadores rurais ficassem sem as suas terras para trabalhar, aumentando consequentemente o desemprego na região.

Rebeldes do Contestado
Rebeldes do Contestado

Além disso, grandes lotes de terras foram desapropriados e vendidos a empresários ligados a construção da estrada de ferro. Nesses lotes, foi construída uma empresa madeireira que desabrigou um grande número de famílias.

A situação viria  piorar quando a estrada de ferro terminasse e os trabalhadores vindos de todos os cantos do país ficassem para trás sem nenhum auxílio governamental ou empresarial. Dessa forma, a insatisfação popular para com a república se intensificou e algumas figuras religiosas passaram a ter mais representatividade de liderança.

O Desfecho

Com promessas da construção de um mundo melhor, baseado nas leis e ordenações de Deus, justo e pacífico que elucidavam o povo dessas terras, o principal beato José Maria tornou-se líder da resistência contra as medidas republicanas. A agitação causada pelas ideias do beato logo chegariam as autoridades que declarariam-no inimigo da república.

Dessa forma, vários contingentes policiais e militares foram enviados para conter os avanços dos camponeses entre os dois Estados. Munidos de poucas armas e sem experiência em campo de batalha, os camponeses utilizaram de sua força de vontade e fé na provisão divina para enfrentar as tropas republicanas.

Em um dos conflitos iniciados em 1912, os camponeses acabaram por vencer as tropas federais, porém o líder José Maria acabou por falecer vítima de guerra. Após a morte do beato, outros líderes assumiram a frente para continuar o movimento. Esses líderes eram: Chico Ventura, Aleixo Gonçalves, Antonio Tavares, Venuto Baiano, Bonifácio Papudo, Alemãozinho e Adeodato Ramos.

O conflito só se encerraria em 1916, quando o último líder do último foco de resistência restante, Adeodato Ramos foi capturado e preso pelas tropas federais. O movimento se desfigurou e a vitória da república estava eminente.