Santo do Dia

Há quem diga que existe um santo para cada dia do ano. Fato é que, apesar dessa expressão parecer exorbitante e improvável, ela está incorreta. Curiosamente, existem mais santos do que dias no ano. Na última contagem, a igreja católica havia canonizado cerca de 20 mil santos desde seus primórdios de existência.

A imensa quantidade de santos existe devido a extensão territorial pela qual a religião católica se espalhou e também pela idade dessa religião. O catolicismo possui mais de 1000 anos de existência e fez ( ainda faz) parte da história de dezenas de países espalhados pelo mundo. Isso faz com que, cada região, existam alguns santos específicos que fizeram partes de histórias, grandes feitos ou protagonizaram milagres que mais tarde serviriam para serem canonizados pela igreja.

Santo do Dia – Santa Rosália, 4 de setembro

Apesar da imensa quantidade de santos, é comum que muitas pessoas sempre perguntem “qual o santo do dia”. De fato, o Brasil utiliza uma lista (sujeita a variação) de santos para cada dia do ano. Hoje, dia 4 de setembro é celebrado o dia de Santa Rosália, uma mulher italiana que nasceu e viveu na ilha da Sicília no ano de 1125 d.C.

Ilustração de Santa Rosália (foto: reprodução)
Ilustração de Santa Rosália (Foto: Reprodução)

Rosália era de linhagem nobre da Itália, sendo sobrinha do rei Rogério II, habitava os palácios da corte, recebeu boa educação e tinha como principais virtudes a agradável companhia e o pudor pela religião católica. Após ser convidada para ser uma das damas na corte de Margarida, rainha esposa do rei Guilherme I da Sicília,  Rosália compreende que sua vida não estava destinada ao luxo da nobreza.

Com muita coragem e um crucifixo em mãos, Rosália decide deixar a corte e se refugiar em uma caverna na região de Palermo, fazendo desse local uma espécie de moradia monástica para devotar sua vida de penitência e oração somente a Deus. Havia próximo a esse local uma igreja, onde frequentemente aparecia para obter orientações espirituais dos beneditinos.

Depois de morar nessa caverna, Rosália decidiu morar em uma gruta que também ficava próxima a uma igreja e também de um Convento no Monte Pelegrino. Nessa ocasião, os monges da igreja puderam documentar a dedicação de Rosália em seu exílio espiritual. A região da Sicília passava por uma peste que foi sessada logo no fim da vida de Rosália, que morreu no dia 4 de 1160 d.C. Desde então, as pessoas atribuíram o fim da peste a sua vida de exílio e de devoção divina.

Apesar de existirem cultos em homenagem a Rosália nos anos seguintes, nada se sabia sobre sua real existência. Até que em 1624, uma mulher doente disse ter sido visitada por Rosália que, nessa ocasião, a informou sobre onde estariam os ossos da ermitã. A mulher imediatamente informou aos padres sobre o ocorrido, os quais mais tarde encontraram a ossada exatamente no local indicado no monte Palermo.

No interior da gruta do monte, também fora encontrada uma tábua com inscrições que Rosália teria feito informando que ali havia morado por escolha própria. A aparição a uma mulher, juntamente ao achamento de sua ossada e as inscrições encontradas na gruta foram suficientes para que a igreja canonizasse oficialmente Santa Rosália na data de 4 de setembro em 1630.