Diferença entre morfemas e fonemas

No português brasileiro, o estudo das palavras pode confundir muito a cabeça dos alunos, principalmente do ensino médio. A imensa quantidade de regras gramaticais, sentidos e variações, podem prejudicar o aprendizado quando não explicadas de forma diferenciada e pedagógica.

Um exemplo de dúvida que possa surgir (e que geralmente surge nos ambientes escolares e em cursinhos pré vestibular) é a respeito dos fonemas e morfemas, duas formas de estudar as palavras que se diferenciam de maneira sutil. Confira abaixo o que é cada uma e como diferencia-las.

Português do Brasil possui várias semelhanças com o de Portugal
Português do Brasil possui várias semelhanças com o de Portugal

Fonema

O ser humano ao se comunicar oralmente com outros indivíduos da sociedade, emite sons que compõem letras e palavras. Essas unidades de sons são estudadas pela fonologia, que significa exatamente o “estudo dos sons”.

Toda unidade sonora que emitimos possui uma representação imagética em nosso cérebro. Essa representação pode ser expressada graficamente na fonologia. Geralmente, separa-se os fonemas com a utilização das “/” para diferencia-los.

Exemplo: a palavra Táxi contém 4 letras e 5 fonemas: T/A/K/S/I

Morfema

Os morfemas são unidades de significado das palavras. Eles compõem uma pequena parte dos vocábulos e expressam o sentido simbólicos deles. São classificados como Morfemas Gramaticais e Morfemas Lexicais.

Os Morfemas Gramaticais atribuem sentido interno as palavras, expressando os artigos, gêneros, proposições, números e tempos verbais nos vocábulos. Já os Morfemas Lexicais podem ser analisados de acordo com o Radical das palavras. O radical é a parte de sentido que não muda com as variações do vocábulo.

Exemplos: O morfema de Casa é “Cas”, pois ele é o que atribui o sentido do radical nas variações: Casa, Casebre, Casarão.

Portanto, podemos dizer que os Fonemas são as unidades sonoras das palavras e os Morfemas são as unidades de sentido das mesmas.

A letra Y é uma vogal ou consoante

Após o estabelecimento do Acordo Ortográfico de 1990, algumas letras consideradas estrangeiras, passaram a fazer parte do alfabeto brasileiro – k, w e y. São comumente vistas em nomes de origem estrangeira, mas também compõe algumas palavras usadas no país, nomes próprios, abreviaturas, símbolos e etc. Essas são questões esclarecidas, mas ainda existem algumas dúvidas quanto a classificação dessas letras.

As letras em geral, representam fonemas, que por sua vez são denominados em diferentes categorias- vogais, semivogais e consoantes. Mas as letras estrangeiras, possuem uma denominação diferenciada justamente por promover um som muito variável , dependendo da palavra. A letra K, por exemplo, representa uma consoante – Kátia, kart, e etc. O W pode representar o fonema consonantal com som de “V” – Wágner e etc., ou fonema vocálico com som de “U” – William, windsurfe e etc.

O Y pode representar um  fonema vocálico, semivocálico ou consonantal.
O Y pode representar um fonema vocálico, semivocálico ou consonantal.

Já o Y (ípsilon) é a letra mais difícil de definir, pois depende de como ele está inserido e se apresenta em uma sílaba. Se está apoiado em uma vogal, define-se como semivogal – office-boy, na base de sílaba, torna-se vogal, ex: chantily. Portanto o Y é mutável, ora é vogal, e outra hora semivogal. Mas essa característica é comum entre as letras estrangeiras, que na verdade não compõe a definição do alfabeto brasileiro.

Entende-se que as mesmas não representam vogal ou semivogal, mas sim fonemas vocálicos, semivocálicos e consonantais. Por isso essa confusão e a definição momentânea em algumas palavras, principalmente para a letra “Y”. A Melhor forma de tentar identificar quando pode estar representando um dos fonemas, é separar por sílabas a palavra, assim evidencia o som que a letra estrangeira está representando.