Revolução Francesa resumo

A Revolução Francesa foi um evento que mudou claramente o pensamento ocidental acerca de muitos assuntos culturais, políticos, religiosos e econômicos. Seguida como exemplo em diversas situações, esse fato histórico serviu como inspiração para dezenas de lutas por direitos laicos e independência, sobretudo nos continentes americanos.

Apesar de muito simbólica e com um efeito devastador no campo ideológico e cultural de sua época, a Revolução Francesa não aconteceu somente por motivos intelectuais. Foi de fato, um grande movimento que abrangeu diferentes motivações e reivindicações junto a população que compunha o Terceiro Estado naquela país.

A França da Nobreza e do Catolicismo

Como continuidade histórica do sistema feudal da Idade Média, a França do século XVIII ostentava uma poderosa nobreza que detinha inúmeros privilégios dentre as demais pessoas. Além de não pagarem impostos para o país, a nobreza detinha grandes quantidades de terra e era responsável por todas as questões políticas da França, tendo em vista que só os nobres poderiam exercer tais cargos, inclusive a própria coroa.

Famoso quadro retratando a Revolução Francesa (foto: reprodução)
Famoso quadro retratando a Revolução Francesa (Foto: Reprodução)

O clero francês também carregava parte de privilégios. Apesar da igreja permitir que pessoas do Terceiro Estado entrassem para o clero, somente os nobres que dedicavam suas vidas ao catolicismo poderiam alcançar os mais altos cargos na igreja. Essa poderosa instituição também era sustentada pelo pagamento de impostos da população e declara o próprio rei como representante divino de Deus na terra.

Como um agente divinamente escolhido por Deus, com amplos poderes sobre o exército, economia e sobre a própria igreja, o rei Luis XVI governava o Estado francês de forma absoluta (absolutismo).

O Terceiro Estado francês

A sociedade francesa tinha a nobreza e o clero como agentes mais privilegiados. Nenhuma pessoa poderia ser nobre se não nascesse em uma família de sangue nobre, portante, baseava-se em uma sociedade estamental e intransponível. A maior classe, também a mais pobre, compunha o Terceiro Estado, apesar de abranger ricos comerciantes burgueses.

O Terceiro Estado era composto por comerciantes, trabalhadores e camponeses, tendo como principal obrigação a produção do país e o pagamento dos impostos para sustentar a igreja e a nobreza. Baseados nos novos ideais iluministas, os burgueses buscavam acabar com os privilégios da nobreza.

A revolta

A insatisfação popular era visível e amplamente compartilhada entre o Terceiro Estado. Enquanto a grande parte dos trabalhadores encontravam imensas dificuldades para pagar os impostos e comprar alimentos que estavam cada vez mais caros, a nobreza ostentava festas de luxo e imensos banquetes nos salões reais.

Intelectuais e burgueses pregavam um mundo novo contra as garras de Luis XVI e toda a nobreza. Insatisfeitos pelo tratamento recebido do Estado francês, os burgueses e intelectuais planejavam uma reviravolta contra a monarquia do país. Logo, teriam o apoio de grande parte da população menos afortunada devido a um capricho da natureza.

Um rigoroso inverno do ano de 1789 viria a comprometer as plantações de trigo. Devido a falta de matéria prima para fazer pão, o preço desse e de outros alimentos subiu demasiadamente, causando a fome e aumentando ainda mais o descontentamento da população. No dia 14 de Julho daquele ano, a aglomeração populacional em Paris tornou-se uma legião de revoltosos. Intelectuais carregavam os ideias de “liberdade, igualdade e fraternidade”, enquanto a grande massa partia para a Bastilha (prisão onde estavam os presos políticos), episódio conhecido como a Queda da Bastilha.

Muitos nobres conseguiram fugir da França durante a revolução, porém, grande parte de família real e o próprio rei foram capturados pelo movimento revolucionário. Aconteceu então a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, algo que serviria de exemplo para a maioria dos países europeus e americanos anos depois.

A guilhotina foi utilizada para a execução de centenas de nobres em Paris. O próprio rei Luis XVI foi executado em 1793, juntamente a sua família. Os bens do clero foram confiscados, além de todos os direitos feudais serem cancelados.

O terror na Europa e independências na América

O acontecimento da França gerou grande terror tanto na igreja como nos outros países europeus (monarquias). As monarquias europeias temeram as influências da Revolução Francesa em seus povos e tomaram medidas contra França, como embargos econômicos, por exemplo.

Apesar disso, com a subida de Napoleão Bonaparte ao poder na França em 1799, o projeto expansionista francês entrou em vigor. Napoleão tirou várias monarquias europeias de seus tronos pelo poder das armas. Esse fato foi suficiente para motivas os projetos de independência de vários países americanos nas décadas seguintes.

Motivos que levaram a Primeira Guerra mundial

A Primeira Guerra Mundial pode ter sido o evento mais importante da pós modernidade. A quantidade de transformações que as sociedades de todo o mundo experimentaram como resultante desse trágico, porém avassalador evento, estão presentes até hoje, em nossa geração, certamente adentrando na geração de nossos filhos.

Muitos dizem que a Primeira Guerra inaugurou o século XX, apesar de ter seu início em 1914. Em um ponto de vista histórico e cultural, essa afirmação detém grande sentido. Para entender melhor essa situação e outras motivações que levaram ao início desse grande conflito, o DicasFree preparou uma pequena, porém expressiva lista, contendo os principais tópicos para entender a Grande Guerra. Confira!

O eterno século XIX e uma Alemanha sedenta por espaço

Pensar no século XIX pode te fazer lembrar de várias invenções, acontecimentos e marcos históricos. No Brasil, podemos lembrar da Guerra do Paraguai, da abolição da escravidão, do início da República, dentro outras. Porém, não há como não pensar na aristocracia, no modo de vida burguês, nas grandes capitas do mundo (Paris e Londres) e no mundo do trabalho.

Propaganda modernista alemã (foto: reprodução)
Propaganda modernista alemã (foto: reprodução)

Justamente esse modo de vida aristocrático da tradicional família burguesa, as regras de etiqueta, as roupas de época e toda uma infinidade de costumes que a Europa não queria largar, formavam o longo século XIX. As artes e inovações centravam-se em Paris que florescia como a capital do charme, da arte, do progresso. Tanto a França como a Inglaterra também detinham mais recursos, mais terras neocoloniais, dentre outros.

Contrapondo esse estilo de vida, estava a recente Alemanha, que a largos passos se industrializava, aumentava sua produção, produzia um ritmo de vida menos aristocrático e burguês. A Alemanha foi a representação progressista, a vanguarda que buscava inaugurar o século XX com uma pesada dose de nacionalismo. Isso pode ser visto também pela própria arte modernista, longe dos padrões franceses.

Além do campo cultural, a Alemanha avançava no campo científico e econômico. Os alemães desejam o espaço que, segundo eles, era de seu direito na Europa. Os nervos se intensificaram com a partilha neocolonial da África, situação em que a Alemanha se viu “injustiçada” pelos demais países europeus.

Motivações antigas e uma gota d’água

A partilha neocolonial da África e da Ásia foi uma dos grandes motivos. França e Inglaterra detiveram uma grande parte de terras com muitos recursos para se explorar. Já Alemanha e Itália tiveram pequenas quantidades de terras menos importantes, na visão deles. Essas decisões acabaram por fomentar uma grande tensão que só aumentava na Europa, com o aumento da fabricação de armamentos bélicos.

Os movimentos nacionalistas clamavam por mudanças e ampliavam as rivalidades preexistentes. Uma delas era o revanchismo francês, adquirido na derrota contra a Alemanha no conflito Franco Prussiano. Nessa ocasião, a França tinha perdido a região de Alsácia Lorena, disputada entre as duas nações.

Grande parte da primeira guerra se deu nas trincheiras (foto: reprodução)
Grande parte da primeira guerra se deu nas trincheiras (Foto: Reprodução)

A gota d’água para o início da guerra foi o assassinado do Arquiduque Francisco Ferdinando do Império Austro-Húngaro por uma associação nacionalista de estudantes sérvios conhecida como Mão Negra. Imediatamente, a Austro Hungria declarou a Sérvia como culpada e exigiu que investigadores austríacos participassem da investigação para capturar os culpados.

Essa exigência não foi aceita pela Sérvia por se tratar de um ato contra a soberania nacional. Os sérvios tinham confiança de que a Rússia estaria do lado deles caso houvesse algum conflito. Mediante isso, o Império Austro Húngaro declara guerra a Sérvia em 28 de julho de 1914.

A política de alianças europeia

Como uma herança das alianças da Idade Média, esse sistema ainda perdurava na Europa para garantir paz por mais tempo. A lógica era que um país não entraria em guerra contra outro que tivesse fortes aliados militares a seu favor. Porém, foi exatamente essa política que favoreceu a participação de dezenas de países na Grande Guerra.

Em resposta a isso, a Rússia iniciou uma movimentação de tropas em direção a Austro Hungria, mas sem declarar guerras. A política as alianças fez com a Alemanha declarasse guerra contra a Rússia no dia primeira de agosto daquele ano e a França no dia 3, invadindo imediatamente a Bélgica para chegar na fronteira francesa mais rapidamente. A invasão da Bélgica fez com que a Inglaterra declarasse guerra a Alemanha no dia 4 de agosto. Logo, a maioria dos países europeus estariam dentro do conflito.

 Por que”Guerra Mundial”?

Apesar de, visto por esse ângulo, esse conflito parecer algo interno da Europa, não podemos esquecer que os países europeus eram imperialistas envolveram todos os países de seus domínios no contexto da guerra. Logo, países do oriente médio, da Ásia e da África já estavam envolvidos. Além disso, os problemas econômicos gerados pelo início do conflito fez com que outros países entrassem na guerra.

Para defender esses interesses, Estados Unidos e Canadá entraram no conflito. O Brasil entraria após um trem que transportava café brasileiro ser abatido por forças alemães, fato que fez com que as relações diplomáticas fossem desfeitas entre os dois países. Envolvidos não só os países europeus, mas diversos países da Ásia, da África e das Américas, o conflito entrou em uma escala global.

O conceito de “guerra total” também foi empregado no conflito. O motivo era que não só os militares eram alvos, mas também os civis, por estarem participando intensamente na fabricação e no transporte de mantimentos.

Historiador pode trabalhar como

No Brasil, existe uma boa quantidade de curso de licenciatura mas que não necessariamente são usados unicamente para esse fim. O curso de Licenciatura Plena em História ou até mesmo Bacharelado oferecem outras opções de atuação além das salas de aula do ensino médio e superior

Mais sobre História

Apesar das diferentes opiniões, a disciplina de História é uma ciência por possuir método científico de pesquisa e confecção de construções textuais históricos. Estima-se que o primeiro historiador tenha sido Heródoto, um grego que se propunha a escrever os grandes feitos humanos a fim de que não se perdessem na oralidade.

Principalmente na Europa, o ofício do historiador passou por diversas revisões e modificações de acordo com a visão de mundo em cada tempo. As várias escolas historiográficas também mostravam diferentes concepções de métodos e pesquisas científicas. Atualmente, o historiador deve saber grande dessas escolas e suas principais diferenças.

Saiba mais sobre o ofício do historiador (foto: reprodução)
Saiba mais sobre o ofício do historiador (Foto:Reprodução)

Para fazer um texto sobre história, o historiador deve obedecer as regras da produção historiográfica com respeito as fontes e um objetivo claro de sua pesquisa, como também a serventia. O profissional da área de História deve ser também bom pesquisador, a fim de poder encontrar registros, obras de arte, músicas, literaturas, documentos históricos, entre outros materiais que possam somar para assiduidade e fecundidade do texto em produção.

Opções para os formandos

Quem está formando ou pretende ingressar no curso de história, deve saber as opções que um profissional dessa área pode encontrar no mercado de trabalho. No Brasil, não existe a profissão do Historiador propriamente dita, mas por enquanto, há propostas sendo votadas para regulamentação dessa profissão em cargo público.

Os formandos em História podem atuar no ensino médio ou em faculdades mesmo apenas sendo especialistas (no caso das faculdades, é comum que exijam títulos de Mestrado). Além disso, podem trabalhar em instituições governamentais ou privadas como museus, bibliotecas, centros de pesquisa e estudo, etc.

Hoje em dia, muitas empresas procuram os serviços do historiador para pesquisas históricas sobre produtos e o consumo dos mesmos (para lançamentos ou relançamentos), para escrever um histórico de algum produto ou da própria empresa para publicidade, fornecer dados históricos para planejamentos, etc.

Também na indústria cinematográfica, os historiadores são requisitados para ajudar, por meio de pesquisas, a compor figurinos, cenários e roteiros de novelas, filmes e produções de época.

Frases de William Shakespeare de amor

Imagem ilustrativo do grande escritor.

William Shakespeare

William Shakespeare ou conhecido somente por Shakespeare, foi um escritor e dramaturgo muito importante para a história mundial da literatura. Seus trechos e textos se transformaram em obras de arte e até hoje fazem sucesso entre os leitores assíduos e fãs apaixonados.

Ele possui influência no teatro, no cinema e até mesmo na televisão. O ano de seu nascimento fora 1564, no dia 23 do mês de Abril. Era inglês da cidade de Stratford-Avon, lá iniciaram seus primeiros estudos e o grande interesse pela escrita de forma geral. Aos 18 anos, casou-se.

Sua mulher era Anne Hathaway, com quem teve 3 filhos. Um tempo depois, no ano de 1591 mudou-se para Londres e começou sua busca por oportunidades culturais. Sua primeira peça fora A Comédia dos Erros, que terminou cerca de 4 anos mais tarde. Nesse período, foram escritos 150 sonetos por ele.

Imagem ilustrativo do grande escritor.
William Shakespeare (Foto: Reprodução)

Embora tenha sido destacado pelos sonetos e poemas, foi de maneira dramática que ganhou seus maiores reconhecimentos. Em 1594 uma companhia de teatro muito famosa, resolveu montar seu palco na cidade de Londres. Foi então que Shakespeare obteve sucesso total com seus dramas, comédias e tragédias.

Ele baseava-se em assuntos que rodeiam o cotidiano e a vida de todos os seres humanos, como:  

  • Amor
  • Relacionamentos afetivos
  • Sentimentos
  • Questões sociais
  • Temas políticos

Quando mais velho, retornou a sua cidade natal onde passou o resto de sua vida e escreveu sua última peça, A Tempestade. No ano de 1616 veio a óbito, a causa de sua morte nunca foi identificada.

Obras principais

Comédias

  • O Mercador de Veneza
  • Sonho de uma noite de verão
  • A Comédia dos Erros
  • Os dois fidalgos de Verona
  • Muito barulho por coisa nenhuma
  • Noite de reis
  • Medida por medida
  • Conto do Inverno
  • Cimbelino
  • Megera Domada
  • A Tempestade

Tragédias

  • Tito Andrônico
  • Romeu e Julieta
  • Julio César
  • Macbeth
  • Antônio e Cleópatra
  • Coriolano
  • Timon de Atenas
  • O Rei Lear
  • Otelo
  • Hamlet

Dramas

  • Henrique IV
  • Ricardo III
  • Henrique V
  • Henrique VIII

Há várias editoras que se empenharam em escrever a biografia de Shakespeare.

Frases e citações

“A suspeita sempre persegue a consciência culpada, o ladrão vê em cada sombra um policial.”

“Aquele que gosta de ser adulado é digno do adulador.”

“Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes.”

“Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te.”

“É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada.”

“Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor.”

“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.”

“Ó beleza! Onde está tua verdade?”

“Os miseráveis não têm outro remédio a não ser a esperança.”

“Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia.”

“Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.”

“É um péssimo cozinheiro aquele que não pode lamber os próprios dedos.”

“O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém.”

“Esta consciência, que faz de todos nós covardes.”

“Os homens de poucas palavras são os melhores.”

“A cólera é um cavalo fogoso; se lhe largamos o freio, o seu ardor exagerado em breve a deixa esgotada.”

“É preferível suportar os males que temos do que voar para aqueles que não conhecemos.”

“Ó doçura da vida: Agonizar a toda a hora sob a pena da morte, em vez de morrer de um só golpe.”

“A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõe.”

“A alegria evita mil males e prolonga a vida.”

“Se fiz alguma coisa boa em toda a minha vida, dela me arrependo do fundo do coração.”

“A gratidão é o único tesouro dos humildes.”

“O amor é como a criança: deseja tudo o que vê.”

“Só os mendigos conseguem contar as suas riquezas.”

“O mal da grandeza é quando ela separa a consciência do poder.”

“Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.”

William Shakespeare

Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)
Frases de Shakespeare (Foto: Reprodução)

imagem linda 1

 

Revolta da Vacina resumo completo como ocorreu e terminou

Com o fim do Império no Brasil em 1889, a política brasileira passou por diversas mudanças e novas tendências escoaram sobre as elites mais ligadas a estes nichos. Debruçando-se sobre modelos de fora como Londres e Paris, por exemplo, os políticos brasileiros iniciaram um processo de urbanização da capital, a então cidade do Rio de Janeiro.

Esse processo tinha como objetivo melhorar a infraestrutura da cidade e embeleza-la de acordo com os modelos das grandes capitais do mundo. Cortiços e outros tipos de prédios de habitações pobres foram derrubados, milhares de pessoas foram afastadas para as periferias, jardins e novos prédios modernos foram construídos, praças, grandes ruas, até mesmo pardais foram importados e soltos na cidade (pássaro muito comum em Paris).

Situação da Saúde

Não só para melhorar a aparência da capital federal, como também melhorar a saúde em todo o país, época em que haviam grandes surtos de varíola, doença que já estava se tornando uma verdadeira praga, além de outras complicações. A Varíola está presente nos continentes americanos desde a colonização portuguesa e espanhola.

Bonde depredado no dia 14 de novembro (foto: reprodução)
Bonde depredado no dia 14 de novembro de 1904 (Foto:Reprodução)

Estima-se que a varíola tenha matado cerca de 500 milhões de pessoas no mundo, dando a ela o posto de maior praga da humanidade. O processo de erradicação da varíola havia começado em muitos países da Europa e da América, sendo que o Brasil também tomaria as mediadas para combatera praga, lançando a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola.

Campanha de Vacinação e Revolta

Grande parte do povo do Rio de Janeiro não era letrado e não tinha conhecimento evidentemente científicos do mundo. Essas pessoas não sabiam o que era uma vacina e a aplicação obrigatória (por vezes, a força) gerou grande medo entre elas que há pouco tempo haviam sido despejadas de suas casas e não sabiam o que poderia acontecer com essa nova medida governamental.

Não só essas razões já seriam suficientes, como também outras razões culturais que diziam respeito ao toque alheio, ao levantar as roupas, principalmente das mulheres, além do próprio cenário de desemprego e alto custo de vida. Essa grande pedra de descontentamento desceu a ladeira e uma grande mobilização popular se intensificou no dia 10 e perdurou até o dia 16 de novembro de 1904.

Durante a mobilização, dezenas de prédios públicos foram depredados, trilhos dos bondes foram retirados do lugar e os próprios bondes foram virados pela imensa massa populacional que ocupava o centro do Rio de Janeiro. Para controlar a situação, o governo declarou estado de sitio na cidade do Rio de Janeiro.

Com o apoio das forças policiais e militares nas ruas, a população foi dispersada. Houveram cerca de 30 pessoas mortas e outras dezenas feridas. Além disso, várias pessoas foram enviadas a outros estados brasileiros e a vacinação obrigatória foi temporariamente revogada. Após os ânimos tendo se acalmado, a vacinação prosseguiu normalmente e o Rio de Janeiro pôde erradicar a praga de suas terras.