O que estabelecia o Tratado de Tordesilhas resumo

Enquanto grande parte da Europa se organizava em novos Estados Nacionais e procurava se manter economicamente nas rotas de comércio mais prováveis, algumas nações que conseguiram uma valiosa herança náutica, inauguravam a modernidade de forma majestosa e espetacular. Os navios e a tecnologia de navegação empregada pelas nações ibéricas, estenderam os horizontes que outrora eram tão próximos da costa.

O principal motivo do desenvolvimento náutico dessas nações da península ibérica pode ter sido o avanço do império otomano em territórios africanos e europeus, impedindo que as rotas do comércio de especiarias com a Índia fosse feito por terra sem o pagamento de severos impostos. Isso aconteceu após a queda de Constantinopla em 1453, cidade que dividia o ocidente do oriente e que tinha a maior importância comercial na época. Conquistada pelos turcos otomanos, a antiga cidade já não serviria do mesmo modo aos interesses europeus.

Tratado de Tordesilhas (foto: reprodução)
Tratado de Tordesilhas (foto: reprodução)

Aproveitando-se de sua saída para o mar, Espanha (na época ainda não unificada) e Portugal, desenvolveram técnicas de navegação afim de contornar a África, chegando a Índia e voltando com segurança à península ibérica. Essa empreita durou vários anos até que em 1497, o navegador português Vasco da Gama realizou a mais longa viagem já feita em alto mar, partindo de Lisboa e chegando em Calecute, na Índia, episódio que firmaria uma longa relação comercial.

Tratado de Tordesilhas

Apesar da grande descoberta portuguesa, o reino de Castela viria a patrocinar a aventura náutica de Cristóvão Colombo, navegador genovês que, em lealdade a rainha Isabel I, descobriria o continente americano em 1492. Como as empreitas náuticas eram patrocinadas pela igreja católica e de Roma, os tratados entre Portugal e o reino de Castela também garantiam parte de terras ainda por conquistar ao sul das Canárias.

Baseado nessa Bula papal, o rei de Portugal Dom João II, reclamou ao seu país parte das terras descobertas por Castela. Para evitar uma guerra entre as nações ibéricas, a igreja católica debateu a possibilidade de acordos de partilha. O recém formado reino da Espanha (com a unificação entre Castela, Granada, Aragão e Leão) assinaria o Tratado de Tordesilhas em 2 de Julho de 1494 e Portugal assinaria em 5 de Setembro do mesmo ano.

O tratado estabelecia uma linha imaginária que dividia as terras descobertas e ainda por descobrir entre Portugal e Espanha. Essa linha se localizava a 370 léguas da Ilha de Santo Antão do arquipélago de Cabo Verde em meridiano. Os territórios localizados a Lesta da linha do tratado pertenceriam a Portugal e a Oeste pertenciam a Espanha.

Motivos das grandes navegações portuguesas

Navegações portuguesas

Nos séculos XV e XVI os portugueses se destacaram inaugurando uma nova forma de explorar regiões até então desconhecidas, com as navegações. Há vários motivos para isso, os principais, descobrir mais rotas marítimas e encontrar, possíveis, novas terras novas.

Esse tempo foi conhecido como a Era das Grandes Navegações ou Descobrimentos Marítimos. Outros motivos eram buscar especiarias e encontrar pessoas para catequizar. Além disso, as áreas orientais eram as mais cobiçadas, devido a grande quantidade de especiarias e nunca haver relato de um país europeu ter conquistado essa área.

As navegações tinham como principal objetivo conquistar terras
Navegações Portuguesas (Foto: Reprodução)

Quanto mais terras conquistadas, mais recursos poderiam ter ao extrair riquezas daquela região.  Além de obter uma grande quantidade de matéria prima, quanto mais terras possuíssem mais potente a nação se tornaria.

 Tudo era muito bem planejado, com estratégias de paradas, lugares e mapas.

Principais descobertas

A maior descoberta de Portugal, ocorreu no ano de 1498 com a chegada das caravelas ás Índias, ao comando de Vasco da Gama. Este ocorreu no continente africano, quando Vasco chegou a Calicute e desfrutou diretamente dos milhares de benefícios do comércio encontrados lá.

Isso motivou algumas outras importantes navegações, como por exemplo em território brasileiro. Quando Pedro Alvares Cabral, descobriu terra nova em Abril de 1500, que hoje é o Brasil. Portugal se vangloria de sua glória no passado, quando era uma potencia naval e econômica. Hoje é apenas um país acuado na península ibérica.

Fatores da expansão marítima

Ao chegar nos crepúsculos da medievalidade, a economia e a troca de mercadorias em grandes feiras haviam ganhado força e grande importância para os reinados. Essa atividade permitia que as cortes tivessem contato com especiarias vindas da índia e outros produtos manufaturados que aumentavam a qualidade de vida das pessoas.

Navegação Portuguesa
Navegação Portuguesa

Principalmente as especiarias, que permitiam dar sabor aos alimentos e facilitavam a estocagem do mesmo. Uma grande variedade de tecidos e cores, equipamentos bélicos, entre muitos outros favoreciam ainda mais a prática dessa atividade. O crescimento dos burgos só evidenciava ainda mais que entrávamos em outra era.

Embarcações na história

A utilização de barcos e navios sempre foi presente na história humana. Na antiguidade, os grandes impérios já guerreavam com suas forças náuticas, como podemos ver entre gregos e persas, romanos e cartaginenses, egípcios utilizavam dos barcos para transportar materiais e alimentos pelo Rio Nilo, e nações chinesas já produzia imensos navios já ao nível dos navios das grandes navegações europeias.

Se a utilização dos navios para quase todos os fins não era novidade no mundo, porque tratamos a expansão marítima com devida importância? O que há de especial nesse evento iniciado no século XIV que transformou a navegação em atividade impulsionadora?

A expansão marítima europeia aconteceu em um momento importante para a economia e o desenvolvimento dos reinos. Além disso, as tecnologias de navegação trazidas do oriente permitiram viagens mais longas e navios mais duradouros. Isso mais tarde culminará no achamento dos continentes americanos pelos europeus.

A Expansão Marítima

As relações econômicas faziam girar a economia da Europa. O comércio das especiarias era de demasiada importância e praticado por quase todas as nações. Porém, ao mesmo tempo que isso acontecia, o império otomano crescia e expandia seus territórios pelo continente.

Chegada de Colombo ao Novo Mundo
Chegada de Colombo ao Novo Mundo

Constantinopla que antes era a principal ligação entre o ocidente e o oriente para os europeus fora tomada pelo império otomano em 1453, fato que dificultou ainda mais o comércio. Para cruzar as fronteiras otomanas, os europeus agora tinham que pagar pesadas taxas, o que tornava o comércio não muito lucrativo e elevava os preços das mercadorias.

A saída encontrada para contornar a situação foi usando o mar a seu favor. O caminho para chegar até as índias pelo mar era imenso, e com certeza grande desafio que para ser vencido, muitas embarcações foram afundadas. O primeiro navegador europeu a conseguir essa façanha foi o português Vasco da Gama, que em 1498 desembarcou em terras indianas, até então a maior viagem já feita.

A tecnologia para esse feito e a descoberta da rota para Índia causou grande agitação no continente Europeu. Outras nações começaram a desenvolver suas marinhas a fim de aproveitar um comércio sem taxas otomanas. Portugal e Espanha enriqueciam com o comércio e outros serviços náuticos devido seu pioneirismo.

Também na mesma época, espanhóis em busca desse mesmo caminho para a Índia acabaram por descobrir a América em 1492. A primeira ilha, batizada de Hispaniola ficava na atual América Central, fato que abriu ainda mais os horizontes europeus para um mundo novo.

Dessa forma, tanto para fazer comércio com as índias, como para explorar os novos continentes americanos, a expansão marítima fora um evento para contornar dificuldades e estabelecer a economia dos Estados Nacionais, iniciados principalmente por Portugal (também o primeiro país a se tornar um Estado Nacional) e Espanha, países comumente chamados de nações ibéricas.