Governo de Getulio Vargas- resumo do primeiro e segundo mandato

Getúlio Vargas foi o presidente que mais tempo ficou no poder em toda a história de nosso país. Natural de São Borja no Estado do Rio Grande do Sul, o ex-presidente ficou famoso principalmente por ter liderado o país durante uma ditadura conhecida como Estado Novo, que durou de 1937 a 1945. Apesar disso, Vargas foi eleito democraticamente anos mais tarde e se tornou uma espécie de mártir ao cometer suicídio deixando uma carta em consolo ao povo brasileiro.

Como bom político, Vargas exercia suas influências de modo dualista. Perceberemos durante os seus dois mandatos, uma série de medidas que o consagravam como herói do povo brasileiro, mas também algumas medidas que o colocavam como defensor das elites. Por ter articulado e desenvolvido a primeira legislação trabalhista do país, Vargas ainda hoje é homenageado como defensor do povo.

O Estado do Setor Cafeeiro

O Brasil na década de 20 era sem dúvida o principal exportador de café do mundo, abastecendo não só a Europa, mas também os Estados Unidos. Essa grande importância permitiu que o café se torna-se o mais importante produto no país e o setor também mais lucrativo. As grandes elites vinculadas ao cultivo de café dominavam não só o cenário econômico, mas também o cenário político do país.

Vulgarmente chamada de Política do Café com Leite, a política dos governadores era o pacto que até então vigorava na República dos Estados Unidos do Brasil. Basicamente, a presidência do país era decidida pela indicação de campanha do presidente anterior, tendo em vista o pequeno número de eleitores e as fraudes eleitorais, que deveria sempre alternar entre um presidente mineiro e um paulista, correspondentes aos Estados que mais exportavam café no país.

Dessa forma, a política do país ficava na mão dos setor cafeeiro e implantava medidas para proteger e sempre garantir lucros aos setor com a desvalorização cambial, por exemplo, diminuir o valor da moeda nacional que facilitava a venda do café mas tornava os produtos importados mais caros.

O fim do reinado do café

Após a segunda guerra mundial, o principal comprador de café do Brasil eram os Estados Unidos. Com um economia crescente e de grande prosperidade, os americanos viviam os seus melhores anos até então, com altíssimas taxas tanto de consumo, como de importação. A prosperidade norte-americana viria a terminar em 1929, quando houve a queda da bolsa de Nova York, gerando altas taxa de desemprego, falências de bancos e empresas, recessão e diminuição das atividades econômicas.

Getúlio Vargas em 1942. (fonte: acervo Estadão)
Getúlio Vargas (de chapéu) em 1942. (Fonte: acervo Estadão)

O mundo mergulhou na Crise de 29 e o Brasil foi diretamente afetado tanto por depender da compra de produtos industrializados dos Estados Unidos, como por esse ser o principal país comprador do café. Com a queda nas economias liberais e capitalistas e a prosperidade das economias comunistas, a União Soviética passou ilesa pela crise, a democracia, o liberalismo e o republicanismo entrava em cheque.

Visando resolver problemas econômicos, o bem estar social e evitar a ascendência do comunismo, vários países instauraram ditaduras após a crise, como Portugal, Espanha, Itália, Argentina, Alemanha, por exemplo. O Brasil seria um desses países que em 1937 entraria numa ditadura. Porém, outro fato anterior a esse colocaria em cheque a política brasileira: a Revolução de 30.

O primeiro mandato de Vargas

Com a queda da economia brasileira, a intensa proteção do setor cafeeiro de nada adiantaria para uma nova ascensão econômica do país. Contrariando a política do Café com Leite, Getúlio Vargas tenta a eleição pelos votos, mas acaba perdendo. Lidera então um movimento revolucionário com o apoio de elites e movimentos tenentistas que deflagram o golpe em 1930, estabelecendo o governo provisório.

Os militares entregam o governo a Getúlio Vargas que passa a governar por decreto de lei. O objetivo principal de Getúlio Vergas era  criar uma nova constituição para o país. Mesmo sendo contrario a política dos governadores, Vargas continuou o programa de valorização do setor cafeeiro, criando também o Conselho Nacional do Café. Houveram outras mudanças:

A criação do Instituto do Cacau;

A criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio;

A criação do Ministério da Saúde e Educação;

A Lei da Sindicalização (trazia os sindicatos junto ao governo, tanto para um melhor diálogo como também para o controle sobre esses. Visou atender pedidos dos trabalhadores para ter o apoio popular):

A nomeação de interventores nos Estados brasileiros.

O último ponto acima foi a gota d’água para uma reação de São Paulo ao Governo Federal. Com a diminuição da importância do Estado de São Paulo nas decisões políticas e econômicas do país, a nomeação de um interventor de fora diminuiu ainda mais a autonomia da província, fato que deflagrou a revolta paulista conhecida como Revolução Constitucionalista em 1932, após Getúlio Vargas derrubar a Constituição brasileira em 1931.

Um conflito armado envolvendo São Paulo e o exército brasileiro se instaurou. O Estado de São Paulo teve caixa financeiro para sustentar o conflito por algum tempo, mas foi derrotado militarmente. Apesar disso, a maioria dos interesses paulistas que motivaram a revolução foram atendidos por Getúlio Vargas.

Em 1934, Vargas convoca a Assembléia Constituinte para a elaboração da nova Constituição Federal. A nova constituição trazia amplas novidades como:

O voto secreto;

O voto feminino;

Ensino obrigatório do primário;

A consolidação das leis trabalhistas;

O Estado Novo e os guerreiros do Brasil (FEB)

As ameças comunistas de tomada do país eram muito mal vistas tanto pelas elites como pelo Governo Federal. A Intentona Comunista, comandada por Luis Carlos Prestes foi um dos movimentos que tentaram mudar o governo do país por meio da conquista popular. Apesar dos esforços, essa tentativa não foi bem sucedida.

Artilharia da Força Expedicionária Brasileira na Itália (fonte: portalfeb)
Artilharia da Força Expedicionária Brasileira na Itália (fonte: portalfeb)

Não existia uma ameaça real de tomada comunista do poder, mas o Governo Federal acabou por forjar um documento denominado Plano Cohen, que seria uma espécie de plano bem arquitetado para uma suposta tomada comunista no país, patrocinada pela União Soviética. Com o apoio popular e das elites, Getúlio Vargas derruba a constituição e inicia o regime militar do Estado Novo. Durante esse período, podemos destacar:

A criação do DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda – responsável por controlar e censurar qualquer tipo de manifestação contrária ao Governo;

Perseguição as lideranças políticas de esquerda;

Criação da Justiça do Trabalho;

Salário mínimo, direitos trabalhistas, férias remuneradas, jornada de 8 horas e a CLT;

Criação do IBGE;

Criação da Companhia Siderúrgica Nacional;

Criação da Vale do Rio Doce;

Construção da Hidroelétrica do Vale do São Francisco.

Durante o Estado Novo, o Brasil declarou guerra contra as forças do eixo e ingressou na Segunda Guerra Mundial. A entrada no país foi de fundamental importância. Os acordos políticos com os Estados Unidos permitiam que esse país construísse uma base aérea em território nacional, local estratégico para execução das missões norte-americanas na guerra.

A entrada oficial do Brasil na guerra, além de fruto de um clamor público, tendo em vista os ataques alemães as embarcações brasileiras e o número de vítimas, demonstrava o real compromisso brasileiro no conflito. O envio de soldados seria inevitável e o acordo com os Estados Unidos permitiu que os soldados da Força Expedicionário Brasileira tivessem equipamentos bélicos, veículos e aviões que após a guerra, retornariam ao país e seriam de posse do exército brasileiro.

As vitórias dos pracinhas (apelido dos combatentes brasileiros) foram de grande importância para a libertação do povo italiano e também para o orgulho nacional, fazendo com que uma das maiores homenagens públicas tenha sido feita na volta dos combatentes ao país. O ingresso na guerra permitiu a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional, a Vale do Rio Doce e a construção de uma hidroelétrica. Isso significava o início de uma nova industrialização do país, tendo a vista a presença da indústria de base.

Além disso, a luta dos expedicionários também serviu para a queda da ditadura brasileira. Levar a democracia à Itália era extremamente contraditório para os brasileiros que não usufruíam desse direito. A queda de Getúlio Vargas e do Estado Novo foi inevitável. Nesse fato, em 1945, Vargas deixou seu cargo sem qualquer reação.

O segundo mandato

Em 1950, Getúlio Vargas retorna ao poder “nos braços do povo” por ter sido eleito democraticamente. Sua postura continuava nacionalista, visando o bem dos trabalhadores e o agrado das elites simultaneamente. Porém, em seu segundo mandato isso não foi possível, visto que suas conquistas desagradaram diversas elites no país. No segundo mandato, Vargas:

Criou a campanha “O Petróleo é Nosso” para evitar a privatização estrangeira do petróleo brasileiro;

A Petrobrás foi criada devido a força da campanha;

A Eletrobrás foi criada para distribuição energética no país;

O projeto trabalhista que visava o reajuste salarial em até 100%.

Velório de Getúlio Vargas (fonte: acervo Estadão)
Velório de Getúlio Vargas (fonte: acervo Estadão)

O efeito de suas ações muito mais nacionalistas no segundo mandato aumentou a insatisfação das elites, fato que foi refletido na imprensa. O jornalista Carlos Lacerda era o principal acusador e difamador de Getúlio Vargas e por esse motivo, sofreu um atentado que visava sua morte por Gregório Fortunato, guarda pessoal de Vargas.

No atentado, Gregório errou o disparo e matou Rubens Vaz, um Major da Aeronáutica que acompanhava o jornalista. Após o ocorrido, as pressões das elites, da imprensa e das forças armadas recaíram em Getúlio para ele abdicasse o cargo. As pressões aumentaram ainda mais devido a situação econômica do país, fator que desagradava a população.

Envolto de inúmeras pressões, Getúlio Vargas comete suicídio com um tiro no peito no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, deixando duas cartas (leia  as cartas na íntegra clicando aqui) e sua famosa frase “saio da vida para entrar na História”.

Revolução Francesa resumo

A Revolução Francesa foi um evento que mudou claramente o pensamento ocidental acerca de muitos assuntos culturais, políticos, religiosos e econômicos. Seguida como exemplo em diversas situações, esse fato histórico serviu como inspiração para dezenas de lutas por direitos laicos e independência, sobretudo nos continentes americanos.

Apesar de muito simbólica e com um efeito devastador no campo ideológico e cultural de sua época, a Revolução Francesa não aconteceu somente por motivos intelectuais. Foi de fato, um grande movimento que abrangeu diferentes motivações e reivindicações junto a população que compunha o Terceiro Estado naquela país.

A França da Nobreza e do Catolicismo

Como continuidade histórica do sistema feudal da Idade Média, a França do século XVIII ostentava uma poderosa nobreza que detinha inúmeros privilégios dentre as demais pessoas. Além de não pagarem impostos para o país, a nobreza detinha grandes quantidades de terra e era responsável por todas as questões políticas da França, tendo em vista que só os nobres poderiam exercer tais cargos, inclusive a própria coroa.

Famoso quadro retratando a Revolução Francesa (foto: reprodução)
Famoso quadro retratando a Revolução Francesa (Foto: Reprodução)

O clero francês também carregava parte de privilégios. Apesar da igreja permitir que pessoas do Terceiro Estado entrassem para o clero, somente os nobres que dedicavam suas vidas ao catolicismo poderiam alcançar os mais altos cargos na igreja. Essa poderosa instituição também era sustentada pelo pagamento de impostos da população e declara o próprio rei como representante divino de Deus na terra.

Como um agente divinamente escolhido por Deus, com amplos poderes sobre o exército, economia e sobre a própria igreja, o rei Luis XVI governava o Estado francês de forma absoluta (absolutismo).

O Terceiro Estado francês

A sociedade francesa tinha a nobreza e o clero como agentes mais privilegiados. Nenhuma pessoa poderia ser nobre se não nascesse em uma família de sangue nobre, portante, baseava-se em uma sociedade estamental e intransponível. A maior classe, também a mais pobre, compunha o Terceiro Estado, apesar de abranger ricos comerciantes burgueses.

O Terceiro Estado era composto por comerciantes, trabalhadores e camponeses, tendo como principal obrigação a produção do país e o pagamento dos impostos para sustentar a igreja e a nobreza. Baseados nos novos ideais iluministas, os burgueses buscavam acabar com os privilégios da nobreza.

A revolta

A insatisfação popular era visível e amplamente compartilhada entre o Terceiro Estado. Enquanto a grande parte dos trabalhadores encontravam imensas dificuldades para pagar os impostos e comprar alimentos que estavam cada vez mais caros, a nobreza ostentava festas de luxo e imensos banquetes nos salões reais.

Intelectuais e burgueses pregavam um mundo novo contra as garras de Luis XVI e toda a nobreza. Insatisfeitos pelo tratamento recebido do Estado francês, os burgueses e intelectuais planejavam uma reviravolta contra a monarquia do país. Logo, teriam o apoio de grande parte da população menos afortunada devido a um capricho da natureza.

Um rigoroso inverno do ano de 1789 viria a comprometer as plantações de trigo. Devido a falta de matéria prima para fazer pão, o preço desse e de outros alimentos subiu demasiadamente, causando a fome e aumentando ainda mais o descontentamento da população. No dia 14 de Julho daquele ano, a aglomeração populacional em Paris tornou-se uma legião de revoltosos. Intelectuais carregavam os ideias de “liberdade, igualdade e fraternidade”, enquanto a grande massa partia para a Bastilha (prisão onde estavam os presos políticos), episódio conhecido como a Queda da Bastilha.

Muitos nobres conseguiram fugir da França durante a revolução, porém, grande parte de família real e o próprio rei foram capturados pelo movimento revolucionário. Aconteceu então a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, algo que serviria de exemplo para a maioria dos países europeus e americanos anos depois.

A guilhotina foi utilizada para a execução de centenas de nobres em Paris. O próprio rei Luis XVI foi executado em 1793, juntamente a sua família. Os bens do clero foram confiscados, além de todos os direitos feudais serem cancelados.

O terror na Europa e independências na América

O acontecimento da França gerou grande terror tanto na igreja como nos outros países europeus (monarquias). As monarquias europeias temeram as influências da Revolução Francesa em seus povos e tomaram medidas contra França, como embargos econômicos, por exemplo.

Apesar disso, com a subida de Napoleão Bonaparte ao poder na França em 1799, o projeto expansionista francês entrou em vigor. Napoleão tirou várias monarquias europeias de seus tronos pelo poder das armas. Esse fato foi suficiente para motivas os projetos de independência de vários países americanos nas décadas seguintes.

Revolta da Vacina resumo completo como ocorreu e terminou

Com o fim do Império no Brasil em 1889, a política brasileira passou por diversas mudanças e novas tendências escoaram sobre as elites mais ligadas a estes nichos. Debruçando-se sobre modelos de fora como Londres e Paris, por exemplo, os políticos brasileiros iniciaram um processo de urbanização da capital, a então cidade do Rio de Janeiro.

Esse processo tinha como objetivo melhorar a infraestrutura da cidade e embeleza-la de acordo com os modelos das grandes capitais do mundo. Cortiços e outros tipos de prédios de habitações pobres foram derrubados, milhares de pessoas foram afastadas para as periferias, jardins e novos prédios modernos foram construídos, praças, grandes ruas, até mesmo pardais foram importados e soltos na cidade (pássaro muito comum em Paris).

Situação da Saúde

Não só para melhorar a aparência da capital federal, como também melhorar a saúde em todo o país, época em que haviam grandes surtos de varíola, doença que já estava se tornando uma verdadeira praga, além de outras complicações. A Varíola está presente nos continentes americanos desde a colonização portuguesa e espanhola.

Bonde depredado no dia 14 de novembro (foto: reprodução)
Bonde depredado no dia 14 de novembro de 1904 (Foto:Reprodução)

Estima-se que a varíola tenha matado cerca de 500 milhões de pessoas no mundo, dando a ela o posto de maior praga da humanidade. O processo de erradicação da varíola havia começado em muitos países da Europa e da América, sendo que o Brasil também tomaria as mediadas para combatera praga, lançando a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola.

Campanha de Vacinação e Revolta

Grande parte do povo do Rio de Janeiro não era letrado e não tinha conhecimento evidentemente científicos do mundo. Essas pessoas não sabiam o que era uma vacina e a aplicação obrigatória (por vezes, a força) gerou grande medo entre elas que há pouco tempo haviam sido despejadas de suas casas e não sabiam o que poderia acontecer com essa nova medida governamental.

Não só essas razões já seriam suficientes, como também outras razões culturais que diziam respeito ao toque alheio, ao levantar as roupas, principalmente das mulheres, além do próprio cenário de desemprego e alto custo de vida. Essa grande pedra de descontentamento desceu a ladeira e uma grande mobilização popular se intensificou no dia 10 e perdurou até o dia 16 de novembro de 1904.

Durante a mobilização, dezenas de prédios públicos foram depredados, trilhos dos bondes foram retirados do lugar e os próprios bondes foram virados pela imensa massa populacional que ocupava o centro do Rio de Janeiro. Para controlar a situação, o governo declarou estado de sitio na cidade do Rio de Janeiro.

Com o apoio das forças policiais e militares nas ruas, a população foi dispersada. Houveram cerca de 30 pessoas mortas e outras dezenas feridas. Além disso, várias pessoas foram enviadas a outros estados brasileiros e a vacinação obrigatória foi temporariamente revogada. Após os ânimos tendo se acalmado, a vacinação prosseguiu normalmente e o Rio de Janeiro pôde erradicar a praga de suas terras.

Principais fatos na ditadura militar

A Ditadura Militar no Brasil foi o período onde as forças militares tomaram o poder no país, desarticulando o presidente e as políticas democráticas até então vigentes. Esse tipo de governo não foi exclusivo no Brasil, visto que muitos países da América do Sul, América Central, África, Ásia, Oriente Médio e Europa também enfrentaram ou ainda enfrentam sistemas como esse.

No Brasil, os militares deram a justificativa de que o país enfrentava uma série de ameaças a política por grupos comunistas e que o golpe fora necessário para acalmar os ânimos e restaurar a paz no país, evitando o completo caos. De certo, pressões principalmente norte americanas para que o país não se tornasse comunista e aliado da União Soviética já foram confirmadas historicamente.

Principais fatos da Ditadura de 64

O então presidente João Goulart foi derrubado pelo Golpe Militar em 1964. Várias mídias da época, inclusive o jornal da Globo publicaram artigos favoráveis a intervenção militar e a pacificação do então cenário de “estado caótico” em que se encontrava o Brasil.

Lema nacionalista da Ditadura
Lema nacionalista da Ditadura

Como primeiro fato importante da Ditadura Militar no Brasil, é importante estabelece-lo como o AI-1 ou Ato Institucional 1 que legitimava a cassação de políticos e cargos públicos que se opuseram ao regime militar.

Um segundo fato importante se desdobra durante o Governo Castelo Branco. Uma Nova Constituição é elaborada e posta em prática no país, onde se estabeleceram na formalidade e oficialidade o Governo Militar no Brasil e suas formas de atuação. Também nessa época, os partidos políticos foram dissolvidos, só restando o ARENA e o MDB, e as eleições presidenciais acabaram por ser indiretas.

Após a implantação do AI-5 que acabou por aposentar diversos juízes e outros cargos públicos, trouxe censura e medidas de repressão ainda mais fortes para o Governo, as manifestações contra o regime estavam ganhando mais força, principalmente com a presença da UNE. No dia 18 de setembro de 1969, os grupos reacionários MR-8 e ALN sequestram um embaixador americano chamado Charles Elbrick e exigiram que 15 prisioneiros políticos fossem libertados.

O Governo Medici foi o mais duro e rígido durante a ditadura. Nesse governo, a censura a livros, jornais, programas de televisão, filmes, revistas, músicas, textos, poesias e qualquer forma artística nunca antes fora tão censurada investigada. Além disso, a repressão armada se intensificou, deixando dezenas de mortos de ambos os lados. Esse é o período conhecido como Anos de Chumbo.

Graças a empréstimos feitos no exterior, o Brasil passa por um “milagre econômico” durante 1969 a 1973, onde seu PIB crescia em média 18% ao ano e várias construções de infra estrutura começam a ser realizadas. Esse milagre durou pouco e as contas o próprio país iria ter que pagar na famosa dívida externa que deixou rastros de muita dificuldade no país. Em 1978, o Brasil estava cada vez mais democratizado e a derrubada do AI-5 só deixava claro que a ditadura militar já estava próxima ao fim. Nesse mesmo ano é promulgada a Lei da Anistia, o pluripartidarismo é reaberto no país.

Em 1985, o colégio eleitoral indica o candidato Tancredo Neves para a presidência e o movimento das Diretas Já ganha ainda mais força e apoio de artistas e personalidades do Brasil. Nesse ano, o Regime Militar termina com a Eleição de Tancredo Neves, que não pode assumir por seu estado de enfermidade, deixando o cargo para seu vice, José Sarney. Em 1988, é promulgada a nova Constituição Federal que apagaria os anos da ditadura militar.