Proclamação da Republica do Brasil história e resumo

A Proclamação da República em nosso país foi resultado de um longo processo de descontentamento imperial e de atitudes que Dom Pedro II poderia ter evitado. Os fatos históricos que culminaram nessa investida militar contra a monarquia podem ser facilmente entendidos no contexto pós guerra e de grandes transformações sociais.

As motivações

Desde a independência, o Brasil experimentou uma maior liberdade de comércio e produção, estando livre das garras imperiais portuguesas e do pacto colonial. Apesar das dívidas adquiridas para o reconhecimento da nação como independente e apta ao comércio, esse grande salto emancipacionista foi percebido e aproveitado pelas elites do país.

Pedro II - imperador do Brasil
Pedro II – imperador do Brasil (Foto: Reprodução)

A série de revoltas ocorridas durante a regência – momento em que Dom Pedro I é mandado para fora do país e seu filho, Pedro II, não teria idade suficiente para reinar – só mostravam a insatisfação das províncias com as políticas do império. Apesar dos benefícios, as questões internas da política, as altas tributações, as péssimas condições de vida e a condição escrava de alguns grupos foram os principais motivos de revoltas como a dos Malês, Farrapos, Sabinada, etc.

A política conciliadora do império de Dom Pedro II apaziguaria alguns ânimos, como também a reforma eleitoral daria aos liberais a sensação de estar progredindo no Brasil. Porém, um outro fato histórico mudaria bastante outros setores do império: a Guerra do Paraguai.

A Guerra do Paraguai – Questão militar

Em 1864, o império brasileiro se envolveu no maior conflito militar da América do Sul até hoje. Esse conflito ficou conhecido como a Guerra do Paraguai, onde Brasil, Argentina e Uruguai se uniram na chamada Tríplice Aliança para derrotar o inimigo em comum. Nesse contexto, a figura do imperador como “vencedor de guerras” deveria ser mantida e afirmada por Dom Pedro II.

Batalha de Riachuelo - Guerra do Paraguai
Batalha de Riachuelo – Guerra do Paraguai (Foro: Reprodução)

O império brasileiro entra nos esforços de guerra. O exército não possuía equipamentos e treinamento suficientes para entrar num conflito de tamanhas proporções. Para isso, a política imperial tomou empréstimos para equipar as forças armadas e resstruturar o exército brasileiro.

As dificuldades da guerra acabou unindo essa “classe militar” no país. O exército constituiu uma forte unidade de comando, guerra e de representação política. Era o setor mais unido do Brasil império e além disso, possuíam uma grande arma a seu favor: ter vencido o conflito e salvado o país.

A Proclamação da República

Como base unida e voltada principalmente ao próprio setor, os militares após o término da guerra em 1870 passaram a ser mais críticos e positivistas. Eles reivindicavam novos investimentos, melhorias salariais, melhorias estruturais, mais academias militares e outras petições essenciais ao funcionamento militar.

Golpe militar liderado por Deodoro da Fonseca
Golpe militar liderado por Deodoro da Fonseca (Foto: Reprodução)

Apesar de tudo, o império não se mostrou interessado em atender os pedidos militares. As dívidas dificultaram a economia brasileira e a insatisfação das elites agrárias do país. Mediante a isso, cresciam os gritos reformistas e republicanos. A elite urbana, os jornalistas, estudiosos, escritores, estavam se mostrando contrários ao regime monárquico.

Outro fator importante fez com que Dom Pedro II perdesse o apoio dos fazendeiros: a abolição da escravatura. Nesse período, já era comum que no Brasil ninguém defendesse a escravidão. Até mesmo os fazendeiros não se mostravam totalmente a favor desse tipo de trabalho. Porém, caso a escravidão fosse abolida do país, eles achavam que o Estado deveria pagar a indenização pela perda de suas “peças de trabalho”.

Em 1888, a princesa Isabel assina o documento que tornaria os negros livres no Brasil, porém sem indenização aos fazendeiros. Essa medida claramente afetou os ânimos dessa importante classe política no país e fez com que o descontentamento com o império aumentasse demasiadamente.

Um ano depois, a situação tornaria-se insuportável. As crises, o descontentamento intelectual, a perda do apoio dos fazendeiros e o descontentamento militar estariam mais aguçados. Em vista a todos esses problemas, Dom Pedro II via-se sem apoio, mas não em total insegurança.

Em uma noite no Rio de Janeiro, a corte imperial dá uma grande festa, um baile luxuoso para receber convidados políticos. Esse ato foi visto com maus olhos pelos militares e a elite intelectual do país. Em meio ao caos, a corte esbanja do dinheiro público sem nenhuma preocupação.

No dia 15 de novembro de 1889, imbuído das forças militares e do apoio intelectual urbano do Rio de Janeiro, o marechal Deodoro da Fonseca lidera o golpe militar que derrubaria a monarquia e instauraria a república brasileira. O monarca Dom Pedro II e sua família foi retirado do palácio ao apontar das armas militares e expulso do país. Iniciava-se então a República dos Estados Unidos do Brasil, baseada em ideais liberais e federalistas, com novos direitos e restruturação política.

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