Inquisição da igreja catolica na idade média

Hoje em dia, muito se fala sobre a inquisição, sobretudo nas enormes discussões entre grupos de ateus ou opostos as ideias religiosas. Frases como “Daqui a pouco estaremos colocando pessoas na fogueira outra vez” já se tornou clichê nos mais quentes debates ideológicos. Mas como terá sido, historicamente, o período da inquisição católica? Quais eram as motivações? O que permitia a igreja tomar atitudes tão extremas? Essas e outras perguntas você confere nesse artigo.

A punição na humanidade

Antes de definir o que é inquisição, é interessante voltar ainda mais atrás e perceber os tipos de punições antigas. A famosa Lei de Talião já era algo comum em vários lugares do globo, onde as punições físicas e severas eram algo aceitável à população sem necessariamente estar ligada a religião. Os métodos mais famosos que estrelam em produções cinematográficas possuem raízes longínquas e continuidades assombrosas.

Empalamento por Vlad Tepes (foto: reprodução)
Empalamento por Vlad Tepes (foto: reprodução)

O enforcamento, por exemplo, pode ter surgido na antiga Pérsia como forma de punição. Esse mesmo método de punição é utilizado até os dias atuais em diversos países e também em alguns estados dos Estados Unidos. Outro método persa foi o da crucificação, que permeou entre diversas outras civilizações por muitos séculos.

O apedrejamento era comum em países do oriente médio, onde a religião era um aspecto extremamente influenciador. Essa punição era dada especialmente nas mulheres acusadas de adultério. Na Grécia, a “morte no touro” foi uma forma de punição dolorosa, onde a vítima era posta dentro de um touro de metal e aquecia até a morte devido a uma fogueira posicionada abaixo dele. A fumaça do cadáver saia pelas narinas do touro, para completar a estética da tortura..

O empalamento foi uma forma de punição surgida na babilônia, mas que se arrastou até a idade média, principalmente no reinado da Transilvânia, atual Romênia, na época de Vlad Tepes, o empalador. Também era um método utilizado pelos árabes no mesmo período e consistia em introduzir uma estaca de madeira no orifício anal da vítima até que a mesma saísse pela boca.

Em Roma, considerada a percursora da civilização ocidental, as punições corporais eram muito comuns. Aos soldados que não cumpriam as ordens ou que fizessem algo de errado durante a batalha, eram administrados linchamentos com pedradas e pauladas, além do abandono, caso sobrevivesse. Aos prisioneiros de guerra, o destino nas minas era o pior que poderia acontecer. Os que não iriam para as minas, tornavam-se escravos na cidade, podendo se tornarem gladiadores, arriscando sua vida apenas para o entretenimento das elites e do povo romano.

A inquisição na Idade Média

Como já foi possível perceber, as punições corporais para crimes e heresias eram comuns desde a antiguidade e em muitos casos, independente das ações religiosas, sendo administradas apenas pelos estados. Essa herança violenta perdurou por muito tempo.

Fogueira da inquisição (foto: reprodução)
Fogueira da inquisição (foto: reprodução)

Durante a Idade Média, na Europa, a religião predominante era a Igreja Católica Apostólica Romana. Além de ditar a conduta pessoal e moral dos europeus, a igreja católica unia os reinados sob o mesmo nome (reinados cristãos), impedindo que muitos conflitos internos fossem administrados por meio de batalhas.

Para isso, a igreja católica cria um inimigo em comum para os cristãos. Esse inimigo são os hereges. Era dever moral da Europa levar a palavra santa à outros povos e combater severamente os polos ameaçadores de heresia. Nesse aspecto, a heresia poderia estar dentro da própria Europa, em vilas e comunidades que praticavam outros tipos de religiões ou doutrinas.

Iniciada em 1184, na França, a inquisição tinha como objetivo punir pecados considerados de grande importância pela igreja católica, além de suprimir os atos de bruxaria e outras adorações que não fossem voltadas ao catolicismo. As penas mais famosas foram a fogueira, enforcamento público, afogamento, esticamento dos membros, a “pera” e a decapitação.

Essas penas eram severas, mas não fugiam do imaginário nem da normalidade dos reinados Europeus. Esse tipo de violência era, de certa forma, aceitável e o próprio povo apoiava a maioria das situações. Esse fato começou a mudar com a transformação social influenciada por diversos pensadores e também pelo protestantismo. Apesar disso, ainda demorou muito para que esse tipo de punição diminuísse consideravelmente e o próprio protestantismo acabou por utilizar métodos de punição.

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